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25.03.2009

Sucessão na Empresa - Processo de Mudança

Atualmente muito se ouve falar sobre a necessidade de estruturar e organizar a sucessão nas empresas familiares. Com efeito, um dos maiores desafios das empresas familiares, e da maior importância, é a realização da sucessão da gestão, pois que dela depende a continuidade dos negócios, o sucesso e a perenidade da empresa.

De forma objetiva, realizar a sucessão da gestão é, fundamentalmente, deslocar aquele indivíduo (no mais das vezes o próprio fundador) que há muito vem à frente da empresa, sendo o mentor dos negócios e o seu referencial, para um outro posto, ou mesmo excluí-lo da empresa, e, em seu lugar, colocar outra pessoa da mesma competência, com vigor e jovialidade. E isto pode parecer simples: substituir uma pessoa por outra que reúna competências necessárias para conduzir a empresa com sucesso. Mas a simplicidade é aparente. O processo é, na verdade, delicado e difícil, tantos são os aspectos implicados, tais como, entre outros, a resistência do ser humano em abrir mão das conquistas e realizações, e das incertezas quanto à capacidade de outros o substituírem, no que se refere ao sucedido; e as aspirações dos vários sucessores possíveis, a conciliação dos mais diversos interesses dos familiares e da empresa.

Assim há que se considerar que a sucessão na empresa familiar não se resume a um simples processo de avaliação de competências dos possíveis candidatos à posição de comando. Implica mais, implica em rearranjo de um todo: família, empresa e patrimônio, para melhor equilibrar as necessidades dos familiares, sócios e empresa.

Não temos dúvidas. Considerada a delicadeza das várias questões envolvidas, como, entre outras, a escolha entre filhos ou irmãos, o trato aos sonhos, expectativas e necessidades dos familiares, o afastamento do fundador do posto ocupado por muitas décadas é efetivamente um processo que merece cuidados especiais, e que denominamos de processo da sucessão. E nossa larga experiência no tema nos permite dizer que tão ou mais importante que a sucessão propriamente dita é o planejamento dessa junto à família, ao sucedido, ao(s) sucessor(es) e da empresa, de vez que, sem esse planejamento, a sucessão pode acarretar sérios prejuízos para todos.

A proteção da família empresária e da empresa, com vistas à segurança da primeira e perenidade da segunda, requer, mais do que qualquer outra ação, cuidadoso planejamento.

Marta Regina Barazzetti