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25.03.2009

Governança Climática Para Reduzir o Passivo Ambiental

Há mais de uma década, as mudanças climáticas são discutidas em várias esferas, principalmente na acadêmico-científica e na governamental. Poluição, desmatamento, crescimento urbano em áreas de mata, grandes construções e geração de lixo são apenas alguns dos fatores que contribuem para o agravamento mundial da transformação climática.

O aquecimento global é o grande desafio que as empresas de todo o mundo têm que enfrentar de agora em diante. A crescente conscientização do público consumidor acerca desse tema tem levado as empresas a definir políticas e estratégias para lidar com essas alterações climáticas. Adotar mecanismos para minimizar o impacto de suas operações e de seus produtos sobre o clima do planeta e transmitir ao público uma imagem amigável são iniciativas fundamentais para que a empresa obtenha a aprovação dos clientes e consumidores e continue a fazer negócios em mercados cada vez mais exigentes e conscientes das questões ambientais.

Os danos causados ao meio ambiente implicam responsabilidade social da empresa e resultam no seu passivo ambiental. A identificação do passivo ambiental está sendo bastante utilizada em avaliações para negociações de empresas e em privatizações, pois a responsabilidade e a obrigação da restauração ambiental podem recair sobre os novos proprietários. Essa verificação funciona como um elemento de decisão no sentido de identificar, avaliar e quantificar posições, custos e gastos ambientais potenciais que precisam ser atendidos a curto, médio e longo prazo.

Nesse contexto, o Protocolo de Kyoto teve o mérito de sensibilizar o grande público para um sério problema: a redução da emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa, assunto que, até há pouco tempo, era debatido quase exclusivamente em círculos fechados.

Devido aos impactos ambientais, alguns deles irreversíveis, ocasionados por essas mudanças climáticas, a sobrevivência do mercado nos próximos anos dependerá da capacidade de adaptação de cada empresa. Destaca-se como uma das prioridades a busca contínua por soluções sustentáveis e o desenvolvimento de novas tecnologias.

Atualmente, as atividades potencialmente poluidoras são objeto de legislações específicas, estudos de procedimentos tecnológicos e operacionais capazes de eliminar ou reduzir poluentes. Assim, o fato de uma empresa apresentar uma política de mudanças climáticas já é um forte elemento de definição de sua competitividade no mercado, pois contribui para o fortalecimento de sua imagem, reputação e credibilidade.

Nesse contexto, para reduzir ou até evitar o passivo ambiental das empresas, é recomendada a utilização de tecnologias limpas, isto é, o uso de materiais não poluentes e que ajudem na diminuição de poluição, iniciativa que representa uma postura empresarial que objetiva evitar a ocorrência de algum problema ambiental no processo produtivo, no manuseio e na armazenagem de bens, de produtos e de serviços oferecidos pela empresa.

Patrícia Pantaleão Gessinger